Catedral
Metropolitana

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Catedral Metropolitana
Catedral Metropolitana

AP DEMILTON DIB - (1950) Praça Rui Barbosa

O início

Augusto de Saint-Hilaire na sua passagem pela região do Sertão da Farinha Podre no início do século XIX, já descrevia a capela do arraial de Santo Antônio e São Sebastião de Uberaba, segundo ele:

A capela de Farinha Podre é muito pequena, baixa e destituída de ornamentos, como devem ter sido os primeiros oratórios dos portugueses que descobriram o Brasil. À época de minha viagem havia apenas um capelão ali, subordinado à paróquia do Desemboque, distante dali 30 léguas. Todavia, os habitantes do lugar estavam tentando conseguir que o governo central elevasse o arraial a sede de paróquia. Farinha Podre foi fundado pelos mineiros por volta de 1812. (SAINT-HILAIRE, 1975, p. 150).

DÉCADA DE 1920 NR 496

DÉCADA DE 1920 NR 496

DÉCADA DE 1920 NR 496

De acordo com os registros feitos no levantamento de campo realizado em Uberaba entre 1987/1988, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico Artístico (IEPHA/MG), A primeira capela dedicada a Santo Antônio e São Sebastião, na região de Uberaba, foi construída em 1812 por iniciativa do sesmeiro José Francisco de Azevedo, no sítio chamado Lageado. Com o surgimento do novo povoado na margem esquerda do Córrego Lage foi feito um requerimento para a construção da capela sob a mesma invocação, atendido por provisão de 20 de julho de 1818 e por alvará de 3 de agosto deste ano. A benção foi realizada em 1º de dezembro de 1818 e a carta régia de 2 de março de 1820, cria a paróquia tomando posse no mesmo ano, o Pe. Antônio José da Silva. 

Consta no acervo do Arquivo Público de Uberaba, cópia do Decreto do Rei D. João VI, de 2 de março de 1820, elaborado na cidade do Rio de Janeiro (onde morava desde sua vinda para o Brasil em 1808), por meio de secretaria pública, Tribunal da Mesa da Consciência e Ordens, decretando a mudança de arraial para Freguesia de Santo Antônio e São Sebastião de Uberaba, desanexando a igreja local da Matriz de Nossa Senhora do Desterro do Desemboque.

 

Transcrição na íntegra do Decreto

 

Sendo-Me presente o grande desgosto que sofrem os Colonos estabelecidos no Sertão da Farinha Podre por se verem privados do socorro e posto espiritual, sem que o possa obter com facilidade da Freguesia do Julgado do Desemboque que d’ali dista mais de sessenta legoas: Hai por bem que se estabeleça uma Freguesia no Distrito de Uberaba até a confluencia do Rio Paranahiba e Rio Pardo, com a Invocação de Santo Antonio e São Sebastião da Uberaba, dividindo-se com a Capella de Nossa Senhora do Monti do Carmo, e com a Freguesia do Dezemboque por onde mais conveniente for: E sou outro sim Servido que nessa nova Freguesia haja tambem huma capela Curada, no lugar que mais convier para comodidade dos Habitantes que novamente se achão por ali estabelecidos. A Mesa da Consciência e Ordens o tenha assim entendido e faça executar com os Despachos necessarios. Palacio do Rio de Janeiro em dois de Março de mil oitocentos e vinte.

No dia 16 de setembro de 1847 chega a Uberaba, Antônio Borges Sampaio, nessa ocasião visitou a Igreja e ressaltou o seguinte: “as paredes eram de pau-a-pique e barro, atijolada e coberta de telha vã, sem forro”.

De acordo com a Professora de Arquitetura Marília Maria Brasileiro Teixeira vale:

A segunda igreja matriz construída no antigo povoado, no local onde hoje se encontra a Catedral, foi iniciada em 1827. Essa construção se estendeu por muitos anos. Em 1848, a igreja tinha apenas os esteios, os baldrames e a cobertura; estava sem paredes e sem assoalho. Nessa época, foi praticamente refeita: a Capela-Mor, que havia sido construída em taipa, foi demolida e reconstruída em pau-a-pique; foram também feitas as coxias laterais. Em 1853, a igreja estava funcionando, embora inacabada. Em 1857, o missionário capuchinho Frei Eugênio Maria de Gênova, construiu a sacristia atrás da Capela-Mor e um amplo adro. Em 1859, a igreja sofreu uma nova intervenção, que lhe acrescentou o coro e duas torres. Nessa reforma também foram feitos o Altar-Mor e o arco-cruzeiro. Mas as torres permaneceram no esqueleto. Em 1867/68, os esqueletos das torres foram revestidos de tijolos, argamassa e óleo. Em cada uma das torres, foi colocado um sino. Em 1891, a igreja sofreu uma interdição e não pode oficiar. A interdição só foi suspensa em 1896, para receber o bispo de Goiás, que se transferiu da sede da diocese da capital goiana para Uberaba. Nessa época, a antiga matriz sofreu uma nova reforma, que valeu por uma reconstrução, com a substituição integral de todas suas características tradicionais. Segundo a informação de Borges Sampaio, nessa época, ela foi igualada lateralmente, constituindo-a um só corpo até a sacristia, que foi conservada. O arco-cruzeiro foi removido; foi feito um novo altar-mor e um sacrário, e, mármore, que substituíram ao altar de madeira, que era o material tradicionalmente empregado. Em 1899, foi a vez da fachada: as duas torres foram substituídas por uma torre central única, com projeto elaborado por um engenheiro, Ataliba Vale, com características neogóticas. O Bispo de Goiás, ao chegar a Uberaba, para onde transferiu a sede da diocese, construiu uma nova igreja, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, para ser a Matriz, inaugurada em 1907, no mesmo ano em que se deu a criação do Bispado de Uberaba. Essa nova igreja foi sagrada como catedral e, como tal, serviu até 1926. Nessa data, a catedral foi transferida para a antiga Matriz de Santo Antonio e São Sebastião, mais central e também de maiores dimensões. Com a mudança, inverteram-se os padroeiros: a antiga matriz passou a ser a Catedral do Sagrado Coração de Jesus. Em 1933, a igreja foi novamente reformada, com um novo projeto de autoria de outro engenheiro, Manoel Giani, que substituiu parte do antigo templo, que foi demolido, inclusive com alterações na fachada frontal.

 

Augusto de Saint-Hilaire na sua passagem pela região do Sertão da Farinha Podre no início do século XIX, já descrevia a capela do arraial de Santo Antônio e São Sebastião de Uberaba, segundo ele: 

A capela de Farinha Podre é muito pequena, baixa e destituída de ornamentos, como devem ter sido os primeiros oratórios dos portugueses que descobriram o Brasil. À época de minha viagem havia apenas um capelão ali, subordinado à paróquia do Desemboque, distante dali 30 léguas. Todavia, os habitantes do lugar estavam tentando conseguir que o governo central elevasse o arraial a sede de paróquia. Farinha Podre foi fundado pelos mineiros por volta de 1812. (SAINT-HILAIRE, 1975, p. 150). 

 

CATEDRAL METROPOLITANA

Reprodução de decreto da Provisão da Mesa de Consciência e Ordens criando a Freguesia de Santo Antônio e São Sebastião de Uberaba. (Acervo: Arquivo Público de Uberaba).

Vista parcial da cidade de Uberaba, no fundo Igreja Matriz com duas torres que foram construídas em louvor a Santo Antônio e São Sebastião. Data: 1880 (Acervo: Arquivo Público de Uberaba)

De acordo com o pesquisador Flávio Arduini Canassa, promover algum povoado ou arraial à freguesia representava, segundo a organização colonial estabelecida pelo estado português, como:

  • […] a institucionalização da vida das comunidades que se dava pela sua elevação um dia a Matriz, que significava a ascensão de toda uma região ao status de Paróquia. Não era só o acesso à assistência religiosa permanente que se obtinha, mas também o reconhecimento oficial da comunidade perante a Igreja e o Estado. Era a garantia do registro oficial, de nascimento, de matrimônio, de óbito, com todas as implicações jurídicas e sociais. Representava o usufruto da formalidade civil com todo o direito e a segurança que pudesse propiciar.

A ascensão da Igreja do Arraial à freguesia não significou o engrandecimento da capela como instituição com poder de soberania. Seus integrantes permaneceram sendo empregados do Estado. Segundo Ressaltou Augusto de Lima, ao ser:

  • Instalada a paróquia, eram os vigários, por disposição canônica, obrigados a organizar a lista de seus jurisdicionados ou fregueses, isto é, quantos eram obrigados a satisfazer os deveres para com Deus. A sociedade civil confundia-se com a religiosa, e estas listas serviam não só para a vigilância do Pastor como por elas se escolhiam os “homens bons”, isto é, abastados e conduta regular, para a eleição das câmaras, e que se procedia, ainda, no consistório das igrejas.

Com a ascensão do arraial à freguesia, a Igreja era a edificação que iria cuidar dos óbitos, casamentos, batismos, enfim dos diversos sacramentos. Geralmente a ermida era edificada no ponto mais alto da freguesia e, na sua adjacência iam erguendo as casas, prédios públicos, algumas ruas e becos preenchendo o seu entorno. “É importante observar que ao alcançar o status de freguesia, o povoado já possuía uma significativa população” (CANASSA, 1995. p. 3). 

Com relação a formação de um arraial, afirmou Lourenço:

  • A fundação dos arraiais do Extremo Oeste Mineiro resultou, em todos os casos, de iniciativas das oligarquias rurais, pela formação de patrimônios religiosos. Um fazendeiro – ou um grupo de fazendeiros vizinhos – doava um trato de terra ao patrimônio de um santo. Sobre ele, esses vizinhos, organizados numa irmandade religiosa, erigiam uma capela, e tratavam de conseguir sobre ela a benção do vigário da freguesia. A benção da capela, como percebeu Murilo Marx (1991), significava o reconhecimento da existência do povoado pelas autoridades eclesiastico-estatais.

 

Vista parcial da praça Rui Barbosa na ocasião das reformas para comemoração do centenário da cidade em 1956. No fundo Igreja Catedral do Sagrado Coração de Jesus. Data: 1956 (Acervo: Arquivo Público de Uberaba)

Vista parcial da praça da Matriz. No fundo Igreja com duas torres construídas em louvor a Santo Antônio e São Sebastião. Data: 1880 (Acervo: Arquivo Público de Uberaba)

Segue informações acerca do inventário da Igreja Catedral do Sagrado Coração de Jesus, feitas pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba (CONPHAU):

  • Catedral
  • Endereço: Praça Rui Barbosa 
  • Inventário – 1987
  • Proprietário: Arquidiocese de Uberaba
  • Data de construção/ Estilo: 1908/Eclético

Em 1812 foi construída a primeira capela de Uberaba. Na praça Rui Barbosa, uma nova igreja era construída em 1847. Em 1896, com a transferência da sede da Diocese de Goiás para Uberaba, foi reconstruída e três anos mais tarde teria as torres demolidas. O frontispício neogótico foi concluído em 1902 pelo Ataliba Valle e executado por Manoel Barcalla Bergeiro.

Revisão ortográfica:

  1. Igreja Catedral do Sagrado Coração de Jesus

Augusto de Saint-Hilaire, na sua passagem pela região do Sertão da Farinha Podre no início do século XIX, já descrevia a capela do arraial de Santo Antônio e São Sebastião de Uberaba. Segundo ele:

“A capela de Farinha Podre é muito pequena, baixa e destituída de ornamentos, como devem ter sido os primeiros oratórios dos portugueses que descobriram o Brasil. À época de minha viagem havia apenas um capelão ali, subordinado à paróquia do Desemboque, distante dali 30 léguas. Todavia, os habitantes do lugar estavam tentando conseguir que o governo central elevasse o arraial à sede de paróquia. Farinha Podre foi fundado pelos mineiros por volta de 1812.” (SAINT-HILAIRE, 1975, p. 150).

De acordo com os registros feitos no levantamento de campo realizado em Uberaba entre 1987/1988 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA/MG), a primeira capela dedicada a Santo Antônio e São Sebastião, na região de Uberaba, foi construída em 1812 por iniciativa do sesmeiro José Francisco de Azevedo, no sítio chamado Lageado. Com o surgimento do novo povoado na margem esquerda do Córrego Lage, foi feito um requerimento para a construção da capela sob a mesma invocação, atendido por provisão de 20 de julho de 1818 e por alvará de 3 de agosto deste ano. A bênção foi realizada em 1º de dezembro de 1818 e a carta régia de 2 de março de 1820 cria a paróquia, tomando posse no mesmo ano o Pe. Antônio José da Silva.

Consta no acervo do Arquivo Público de Uberaba cópia do Decreto do Rei D. João VI, de 2 de março de 1820, elaborado na cidade do Rio de Janeiro (onde morava desde sua vinda para o Brasil em 1808), por meio de secretaria pública, Tribunal da Mesa da Consciência e Ordens, decretando a mudança de arraial para Freguesia de Santo Antônio e São Sebastião de Uberaba, desanexando a igreja local da Matriz de Nossa Senhora do Desterro do Desemboque.

Reprodução de decreto da Provisão da Mesa de Consciência e Ordens criando a Freguesia de Santo Antônio e São Sebastião de Uberaba. (Acervo: Arquivo Público de Uberaba).

1.1.1. Transcrição na íntegra do Decreto

“Sendo-Me presente o grande desgosto que sofrem os Colonos estabelecidos no Sertão da Farinha Podre por se verem privados do socorro e posto espiritual, sem que o possa obter com facilidade da Freguesia do Julgado do Desemboque que dali dista mais de sessenta léguas: Hei por bem que se estabeleça uma Freguesia no Distrito de Uberaba até a confluência do Rio Paranahiba e Rio Pardo, com a Invocação de Santo Antônio e São Sebastião da Uberaba, dividindo-se com a Capela de Nossa Senhora do Monte Carmo e com a Freguesia do Desemboque por onde mais conveniente for: E sou outro sim Servido que nessa nova Freguesia haja também uma capela Curada, no lugar que mais convier para comodidade dos habitantes que novamente se acham por ali estabelecidos. A Mesa da Consciência e Ordens o tenha assim entendido e faça executar com os despachos necessários. Palácio do Rio de Janeiro em dois de Março de mil oitocentos e vinte.”

No dia 16 de setembro de 1847 chega a Uberaba Antônio Borges Sampaio. Nessa ocasião, visitou a igreja e ressaltou o seguinte: “as paredes eram de pau-a-pique e barro, atijolada e coberta de telha vã, sem forro.”

De acordo com a Professora de Arquitetura Marília Maria Brasileiro Teixeira:

“A segunda igreja matriz construída no antigo povoado, no local onde hoje se encontra a Catedral, foi iniciada em 1827. Essa construção se estendeu por muitos anos. Em 1848, a igreja tinha apenas os esteios, os baldrames e a cobertura; estava sem paredes e sem assoalho. Nessa época, foi praticamente refeita: a Capela-Mor, que havia sido construída em taipa, foi demolida e reconstruída em pau-a-pique; foram também feitas as coxias laterais. Em 1853, a igreja estava funcionando, embora inacabada. Em 1857, o missionário capuchinho Frei Eugênio Maria de Gênova construiu a sacristia atrás da Capela-Mor e um amplo adro. Em 1859, a igreja sofreu uma nova intervenção, que lhe acrescentou o coro e duas torres. Nessa reforma também foram feitos o Altar-Mor e o arco-cruzeiro. Mas as torres permaneceram no esqueleto. Em 1867/68, os esqueletos das torres foram revestidos de tijolos, argamassa e óleo. Em cada uma das torres, foi colocado um sino. Em 1891, a igreja sofreu uma interdição e não pode oficiar. A interdição só foi suspensa em 1896, para receber o bispo de Goiás, que se transferiu da sede da diocese da capital goiana para Uberaba. Nessa época, a antiga matriz sofreu uma nova reforma, que valeu por uma reconstrução, com a substituição integral de todas suas características tradicionais. Segundo a informação de Borges Sampaio, nessa época, ela foi igualada lateralmente, constituindo-a um só corpo até a sacristia, que foi conservada. O arco-cruzeiro foi removido; foi feito um novo altar-mor e um sacrário, em mármore, que substituíram o altar de madeira, que era o material tradicionalmente empregado. Em 1899, foi a vez da fachada: as duas torres foram substituídas por uma torre central única, com projeto elaborado por um engenheiro, Ataliba Vale, com características neogóticas. O Bispo de Goiás, ao chegar a Uberaba, para onde transferiu a sede da diocese, construiu uma nova igreja, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, para ser a Matriz, inaugurada em 1907, no mesmo ano em que se deu a criação do Bispado de Uberaba. Essa nova igreja foi sagrada como catedral e, como tal, serviu até 1926. Nessa data, a catedral foi transferida para a antiga Matriz de Santo Antônio e São Sebastião, mais central e também de maiores dimensões. Com a mudança, inverteram-se os padroeiros: a antiga matriz passou a ser a Catedral do Sagrado Coração de Jesus. Em 1933, a igreja foi novamente reformada, com um novo projeto de autoria de outro engenheiro, Manoel Giani, que substituiu parte do antigo templo, que foi demolido, inclusive com alterações na fachada frontal.”

De acordo com o pesquisador Flávio Arduini Canassa, promover algum povoado ou arraial à freguesia representava, segundo a organização colonial estabelecida pelo estado português, como:

“[…] a institucionalização da vida das comunidades que se dava pela sua elevação um dia à Matriz, que significava a ascensão de toda uma região ao status de Paróquia. Não era só o acesso à assistência religiosa permanente que se obtinha, mas também o reconhecimento oficial da comunidade perante a Igreja e o Estado. Era a garantia do registro oficial, de nascimento, de matrimônio, de óbito, com todas as implicações jurídicas e sociais. Representava o usufruto da formalidade civil com todo o direito e a segurança que pudesse propiciar.”

A ascensão da Igreja do Arraial à freguesia não significou o engrandecimento da capela como instituição com poder de soberania. Seus integrantes permaneceram sendo empregados do Estado. Segundo ressaltou Augusto de Lima:

“Instalada a paróquia, eram os vigários, por disposição canônica, obrigados a organizar a lista de seus jurisdicionados ou fregueses, isto é, quantos eram obrigados a satisfazer os deveres para com Deus. A sociedade civil confundia-se com a religiosa, e essas listas serviam não só para a vigilância do Pastor, como por elas se escolhiam os ‘homens bons’, isto é, abastados e de conduta regular, para a eleição das câmaras, e que se procedia, ainda, no consistório das igrejas.”

Com a ascensão do arraial à freguesia, a Igreja era a edificação que iria cuidar dos óbitos, casamentos, batismos, enfim, dos diversos sacramentos. Geralmente, a ermida era edificada no ponto mais alto da freguesia e, na sua adjacência, iam erguendo as casas, prédios públicos, algumas ruas e becos preenchendo o seu entorno. “É importante observar que, ao alcançar o status de freguesia, o povoado já possuía uma significativa população” (CANASSA, 1995, p. 3).

Com relação à formação de um arraial, afirmou Lourenço:

“A fundação dos arraiais do Extremo Oeste Mineiro resultou, em todos os casos, de iniciativas das oligarquias rurais, pela formação de patrimônios religiosos. Um fazendeiro – ou um grupo de fazendeiros vizinhos – doava um trato de terra ao patrimônio de um santo. Sobre ele, esses vizinhos, organizados numa irmandade religiosa, erigiam uma capela e tratavam de conseguir sobre ela a bênção do vigário da freguesia. A bênção da capela, como percebeu Murilo Marx (1991), significava o reconhecimento da existência do povoado pelas autoridades eclesiástico-estatais.”

Segue informações acerca do inventário da Igreja Catedral do Sagrado Coração de Jesus, feitas pelo Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba (CONPHAU):

Catedral

Endereço: Praça Rui Barbosa

Inventário: 1987

Proprietário: Arquidiocese de Uberaba

Data de construção/Estilo: 1908/Eclético

Em 1812 foi construída a primeira capela de Uberaba. Na Praça Rui Barbosa, uma nova igreja foi construída em 1847. Em 1896, com a transferência da sede da Diocese de Goiás para Uberaba, foi reconstruída, e três anos mais tarde teriam as torres sido demolidas. O frontispício neogótico foi concluído em 1902 por Ataliba Valle e executado por Manoel Barcalla Bergeiro.

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