Rua
Artur Machado

Rua

Artur Machado

RUA ARTUR MACHADO
RUA ARTUR MACHADO

Rua Artur Machado em 1930. Acervo Arquivo Público de Uberaba

O início

Foi na esquina dessa rua com a Praça Rui Barbosa que nasceu a cidade. Ela ia inicialmente da Igreja Matriz, hoje Catedral, até a Chácara do padre Zeferino, onde fica a atual Rua Padre Zeferino. 

A primeira construção de Uberaba foi edificada pelo Major Eustáquio em 1812, ele construiu um retiro com o objetivo de abrigar animais e uma oficina de ferreiro. Mais tarde fez uma reforma e construiu uma residência. 

Outras moradias foram sendo edificadas ao lado da primeira casa, dando o impulso inicial para o desenvolvimento da rua. O aumento populacional propiciou o aparecimento das atividades comerciais e, durante pouco mais de um século, se transformou na principal rua da cidade.

Começo da rua Artur Machado, onde hoje é o Calçadão tendo, do lado direito da foto, o local onde foi construída a primeira casa na cidade. Relatório de Guilherme Ferreira. Acervo do Arquivo Público de Uberaba

Rua Artur Machado em 1966, mostrando o segundo quarteirão, ao centro

RUA ARTUR MACHADO

No século XIX, a rua Artur Machado teve vários nomes: Rua do Fogo, Rua Baixa, Rua do Centro, Rua do Comércio e Rua Barão de Ataliba. 

Rua do Fogo. No começo da rua havia um ferreiro que mantinha sempre acesa uma forja. Muita gente ia buscar fogo em sua oficina. 

Rua Baixa porque é uma região mais baixa da cidade, do ponto de vista topográfico.

Rua do Comércio, porque foi o núcleo comercial de Uberaba desde a época do arraial, no século XIX.    

Rua do Centro. Foi o primeiro logradouro habitado de Uberaba. Neste local deu-se o povoamento inicial de Uberaba.

No ano de 1889, com a instalação da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro, cuja estação se localizava no fim da rua, passou a ser denominada rua Barão de Ataliba, em homenagem ao Presidente da Companhia Mogiana. 

Instalaram-se naquele espaço vários hotéis e pensões. Um desses imóveis ainda pode ser observado, o Hotel Modelo, inaugurado no ano de 1929, no cruzamento com a Avenida Getúlio Vargas, estando atualmente em parte abandonado. Outras pensões e hotéis desapareceram pela demolição.

No ano de 1916 passou a ser denominada oficialmente de Rua Artur Machado.

Uma curiosidade: No dia 23 de maio de 1967, um violento incêndio tomou conta do segundo quarteirão da rua, entre a avenida Leopoldino de Oliveira e rua Alaor Prata, destruiu parte do quarteirão, especialmente dos edifícios que se localizavam defronte à rua.

Apesar de ter mudado de nome, a vocação para o comércio sempre esteve presente. Em uma entrevista conduzida pelo Arquivo Público de Uberaba, no início do século XXI, com um antigo morador das imediações encontramos os seguintes relatos*: 

“Num retrato do passado entre os anos de 1930 a 1964*, podemos destacar vários estabelecimentos, começando pela Estação da Companhia Mojiana de Estrada de Ferro, no final da rua, onde se instalaram pensões e hotéis, sendo O Hotel da Estação, o Pensão da Borboleta e a Pensão dos Portugueses muito utilizadas pelos passageiros que desembarcavam na cidade. Logo depois da Máquina de Beneficiar Arroz do Castejon, em frente a Praça Afonso Pena (atual Praça da Concha Acústica), havia a Serraria dos Santos Guido e a Destilaria Gaia, de Moacir Gaia.”

Foi na esquina dessa rua com a Praça Rui Barbosa que nasceu a cidade. Ela ia inicialmente da Igreja Matriz, hoje Catedral, até a Chácara do padre Zeferino, onde fica a atual Rua Padre Zeferino. 

A primeira construção de Uberaba foi edificada pelo Major Eustáquio em 1812, ele construiu um retiro com o objetivo de abrigar animais e uma oficina de ferreiro. Mais tarde fez uma reforma e construiu uma residência. 

Outras moradias foram sendo edificadas ao lado da primeira casa, dando o impulso inicial para o desenvolvimento da rua. O aumento populacional propiciou o aparecimento das atividades comerciais e, durante pouco mais de um século, se transformou na principal rua da cidade.

Começo da rua Artur Machado, onde hoje é o Calçadão tendo, do lado direito da foto, o local onde foi construída a primeira casa na cidade. Relatório de Guilherme Ferreira. Acervo do Arquivo Público de Uberaba

Rua Artur Machado em 1966, mostrando o segundo quarteirão, ao centro

RUA ARTUR MACHADO

RUA ARTUR MACHADO

RUA ARTUR MACHADO DEC. 1920

“Logo a seguir, continuando na rua, havia o Atacado de Secos e Molhados de Jesus Garcia, a Farmácia do Junqueira, um farmacêutico que atuava como médico, concedendo receitas e medicamentos e a Farmácia do Henrique Krugger, que também era farmacêutico e atendia doentes.

Na esquina da rua Padre Zeferino se localizava o Quartel da Polícia Militar, depois transformado em Subestação da CEMIG, hoje desativado. Depois da Rua Padre Zeferino, havia a Padaria dos Pucci, que produzia pão italiano, bolacha e macarrão. Na sequência da rua, destacavam-se casas de louças, loja de tecidos, relojoaria, casa de móveis, a Chapelaria do Jonas, tio de Joubert de Carvalho e o consultório do famoso médico espírita Dr. Ignácio Ferreira.”

“No quinto quarteirão, funcionou por muito tempo o Bar da Viúva, das famílias Molinar e Vasquez. Nas proximidades havia a Funerária Pagliaro, de Chico Pagliaro. Nas proximidades da rua Lucas Borges havia uma fábrica de Tacho e Alambique, a Casa da Sogra e a Agência do Correio.

Constavam nos primeiros quarteirões a famosa Tabacaria do Seu Nhonhô, especializada na venda de fumos e cigarros fabricados em Uberaba, o Armazém Central, o Clube de Jogo do Armando Siqueira contendo inclusive um salão de bilhar, o Café Eldorado, Relojoaria do Aquiles Riccioppo, Loja Manoel Santos Anjos, Salão de Cabeleireiro Rex, Alfaiataria do Piachi, Destilaria de Cerveja do Rigolleto de Martino que servia cerveja também no balcão e a Casa Guaritá. Na esquina da Leopoldino de Oliveira havia o Cartório de Ofício e Notas e a Engraxataria do Gabi.

Onde hoje está o calçadão, esteve instalado durante muitos anos o Banco Bandeirantes, Banco do Brasil, Lotérica, Joalheria Raul Terra, Notre Damme de Paris e o Joquei Clube, na esquina. O Calçadão da rua Arthur Machado foi inaugurado no dia 13 de dezembro de 2001, sendo definitivamente vedado o trânsito de automóveis naquele trecho, privilegiando, integralmente, o comércio local e a população.”

 

Outro espaço de grande efervescência popular/cultural na rua ficou conhecido como “Esquina do Enjeitei”, trata-se da esquina da rua Artur Machado e Avenida Leopoldino de Oliveira. Alguns fazendeiros, criadores de gado, que, apesar de sua atividade eram homens simples, se reuniam nessa esquina para uma conversa onde afirmavam que havia “enjeitado” determinada quantia pela venda do gado. Em seu linguajar caipira, queriam dizer que haviam “rejeitado” a quantia ofertada.

O patrono da Rua, Senhor Artur Machado, era comerciante e proprietário de um imóvel sobrado que ainda hoje resiste ao tempo, no cruzamento do Calçadão com a Praça Rui Barbosa. Político, ele era membro do conselho distrital e representava os interesses dos moradores e comerciantes da rua que leva o seu nome, e que na época era Rua do Comércio, junto à Câmara Municipal de Uberaba.

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